Acupuntura: quem pode oferecer essa prática?

Descubra quem pode fazer acupuntura no Brasil, como funciona no SUS, a legislação envolvida e os passos para se especializar na área.
O que você vai ver:

A incerteza sobre quem pode atuar como acupunturista no Brasil é uma dúvida comum entre o público, estudantes e profissionais em formação. As regulamentações muitas vezes parecem confusas, dificultando a escolha de um caminho claro para a especialização.

Neste post, vamos esclarecer quem pode praticar acupuntura no país, abordando sua regulamentação, formação necessária e oportunidades no mercado. Você descobrirá como a acupuntura é reconhecida e ofertada no SUS e quais os passos para atuar na área.

O que é acupuntura e como ela funciona?

A acupuntura é uma prática terapêutica originária da Medicina Tradicional Chinesa (MTC) que utiliza a inserção de agulhas finas em pontos específicos do corpo para estimular a circulação de energia vital e promover o equilíbrio físico e emocional. Esses pontos, conhecidos como meridianos, estão relacionados a diferentes órgãos e funções do organismo.

Além de aliviar dores e tensões, a acupuntura é amplamente reconhecida por seus efeitos no tratamento de condições como ansiedade, insônia, problemas digestivos e doenças crônicas. A prática estimula o sistema nervoso, liberando neurotransmissores e hormônios que ajudam a reduzir inflamações, melhorar a imunidade e promover o bem-estar geral.

Embora tenha suas raízes na cultura oriental, a acupuntura é amplamente estudada e aceita pela ciência ocidental. Pesquisas comprovam sua eficácia, especialmente em tratamentos complementares, destacando seu papel como prática segura e com poucos efeitos colaterais quando realizada por profissionais capacitados

Ao longo dos anos, a acupuntura ganhou popularidade por ser uma abordagem integrativa, combinando saberes milenares com avanços científicos. Essa integração reforça sua relevância tanto em sistemas de saúde públicos, como o SUS, quanto em atendimentos particulares.

Acupuntura no SUS: como funciona?

A acupuntura integra as Práticas Integrativas e Complementares (PICS) ofertadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), atendendo à demanda por terapias que promovem o bem-estar físico e emocional de forma acessível e segura.

No SUS, a acupuntura é oferecida principalmente na Atenção Primária à Saúde, em unidades básicas, ambulatórios especializados e alguns hospitais. Esses serviços têm como foco tratar condições como dores crônicas, ansiedade e outros problemas de saúde comuns na população.

Os profissionais que realizam acupuntura no SUS incluem médicos, naturólogos, fisioterapeutas, enfermeiros e outros especialistas capacitados. Eles devem possuir qualificação reconhecida, como cursos de especialização, para garantir a segurança e a eficácia no atendimento.

A Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC), instituída em 2006, é a base que orienta a oferta de acupuntura no SUS. Essa política promove o uso de terapias integrativas de forma multiprofissional, respeitando as diferentes formações de quem atua na área.

Apesar de ser amplamente ofertada, a prática da acupuntura no SUS enfrenta desafios, como a escassez de profissionais qualificados e a falta de recursos para ampliar sua oferta. Ainda assim, continua sendo uma das práticas mais acessíveis entre as PICS.

Essa integração no sistema público tem um papel crucial, tanto para democratizar o acesso às terapias complementares quanto para fortalecer o reconhecimento da acupuntura como uma prática multiprofissional e eficaz.

Legislação da acupuntura no Brasil

A prática da acupuntura no Brasil é regulamentada de forma complexa, envolvendo diversas profissões de saúde. A ausência de uma legislação federal única gera debates sobre quem está apto a exercer essa técnica terapêutica.

Profissionais autorizados a praticar acupuntura

No Brasil, a acupuntura é reconhecida como prática multiprofissional, ou seja, pode ser realizada por diferentes categorias de profissionais da saúde, desde que devidamente qualificados e registrados nos conselhos de suas respectivas áreas.

Médicos, naturólogos, fisioterapeutas, enfermeiros, farmacêuticos e psicólogos são algumas das categorias autorizadas a praticar acupuntura. Cada conselho profissional estabelece diretrizes para o exercício da técnica dentro do escopo de atuação da profissão.

A regulamentação varia entre os conselhos. Por exemplo, o Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (COFFITO) foi pioneiro ao reconhecer a acupuntura como especialização em 1985, seguido por outros conselhos profissionais.

Controvérsias surgem principalmente em relação ao monopólio da prática por médicos, defendido por entidades como o Conselho Federal de Medicina (CFM). Essa disputa levou a diversas judicializações ao longo das últimas décadas.

No contexto do SUS, a prática é permitida de forma multiprofissional, reforçando o caráter inclusivo e integrado da acupuntura. Isso garante que profissionais qualificados de várias áreas possam atender à população.

Os profissionais interessados devem seguir as normativas de seus conselhos para evitar problemas legais. Isso inclui concluir cursos reconhecidos e registrar a especialização junto à entidade responsável, conforme exigido por cada categoria.

A regulamentação também envolve aspectos éticos e de segurança, assegurando que os procedimentos sejam realizados de forma adequada, respeitando os direitos dos pacientes e a qualidade dos atendimentos prestados.

Mesmo sem uma legislação federal unificada, a regulamentação infralegal e as resoluções dos conselhos garantem a prática da acupuntura no Brasil. No entanto, o cenário continua sendo alvo de debates e ajustes contínuos.

Formação necessária para ser acupunturista

Para praticar acupuntura no Brasil, é essencial possuir formação reconhecida. Os cursos podem variar desde especializações lato sensu até cursos livres, dependendo da regulamentação de cada conselho profissional.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estabelece diretrizes mínimas para a formação em acupuntura. Essas orientações incluem treinamento teórico e prático, segurança no uso das agulhas e conhecimentos sobre a Medicina Tradicional Chinesa.

Os cursos lato sensu são a principal forma de qualificação no Brasil. Eles são destinados a profissionais da saúde e precisam ser reconhecidos pelo Ministério da Educação (MEC) para que sejam válidos junto aos conselhos profissionais.

Além das especializações, cursos livres também estão disponíveis no mercado. No entanto, eles não garantem reconhecimento formal para atuar, sendo mais indicados para aprofundar conhecimentos ou como complemento à formação.

O ensino da acupuntura no Brasil enfrenta desafios, como a falta de padronização nos currículos e o baixo alinhamento com as diretrizes do SUS. Isso impacta a qualidade e a uniformidade da formação dos profissionais.

Para atuar no SUS, além da formação em acupuntura, os profissionais devem seguir as políticas de capacitação da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC), que reforça a necessidade de qualificação contínua.

A qualificação também abrange aspectos de biossegurança, como o descarte adequado de materiais e o uso correto das agulhas, garantindo a segurança dos pacientes e dos profissionais que praticam a técnica.

Investir em uma formação sólida é fundamental para quem deseja atuar com acupuntura. Isso não apenas cumpre os requisitos legais, mas também contribui para a credibilidade e eficácia da prática profissional.

A escolha do curso certo, alinhada às normativas do conselho profissional de cada área, é o primeiro passo para se tornar um acupunturista reconhecido e capaz de atender às demandas do mercado e da saúde pública.

A prática da acupuntura na naturologia

A acupuntura ocupa um espaço significativo dentro da naturologia, destacando-se como uma das técnicas integrativas mais utilizadas para promover o equilíbrio físico, mental e emocional. Sua abordagem complementa outras terapias naturais.

Na naturologia, a acupuntura é aplicada com foco na individualidade do interagente, considerando não apenas sintomas específicos, mas o contexto geral de saúde. Essa visão integral alinha-se aos princípios da naturologia, que buscam tratar a causa dos desequilíbrios.

Naturólogos utilizam a acupuntura como parte de um conjunto de terapias integrativas. Ela pode ser combinada com práticas como aromaterapia, reflexologia e fitoterapia, ampliando os benefícios e personalizando o atendimento conforme as necessidades do interagente.

Além de tratar condições físicas, como dores crônicas, a acupuntura na naturologia tem papel relevante no cuidado emocional. É eficaz para ansiedade, insônia e estresse, temas recorrentes entre pessoas atendidas por naturólogos.

Para profissionais da naturologia, dominar a acupuntura é uma forma de ampliar suas possibilidades de atuação. Isso também reforça a percepção de valor da profissão, agregando credibilidade e resultados comprovados na prática clínica.

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Graduado em Naturologia pela Unisul e com cursos de especialização em áreas relacionadas, como massoterapia, aromaterapia, terapia floral, reiki e procedimentos pré/pós-operatório de diversos tipos de cirurgias.